Vocabulários

1 - O vocabulário feminista que todos já deveriam estar dominando em 2017 (EL PAIS 12/07/2017)

Mansplaining, shippar, stealthing: entenda os novos termos comportamentais... - Veja mais em https://universa.uol.com.br/noticias/redacao/2018/04/12/voce-sabe-o-que-e-mansplaining-conheca-os-termos-comportamentais-modernos.htm?cmpid=copiaecola

2 - Mansplaining, shippar, stealthing: entenda os novos termos comportamentais  (Universa 12/04/2018)

Mansplaining, shippar, stealthing: entenda os novos termos comportamentais... - Veja mais em https://universa.uol.com.br/noticias/redacao/2018/04/12/voce-sabe-o-que-e-mansplaining-conheca-os-termos-comportamentais-modernos.htm?cmpid=copiaecola
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1 - O que é sororidade? E cultura do estupro? Solucionamos todas as dúvidas neste pequeno dicionário

Missoni levou os ‘Pussy Hat” à passarela.

Missoni levou os ‘Pussy Hat” à passarela. Getty

Se você acredita na igualdade entre homens e mulheres, você é feminista. Por mais evidente que deveria parecer a esta altura, o equívoco na hora de definir o feminismo acaba dando origem a frases como “não acho que é preciso ser feminista nem machista, porque os extremos nunca são bons nem para um lado nem para o outro” (pronunciada pela celebridade espanhola Paula Echevarria) ou “esqueçamos o machismo, o feminismo, ou a puta que o pariu” (Cristina Pedroche, mais uma celebridade espanhola). Qualquer dicionário explica que “o feminismo é a ideologia que defende que as mulheres devem ter os mesmos direitos que os homens”. Isso esclarecido, passamos a definir outros conceitos que podem ser utilizados sobre o feminismo e que continuam suscitando interrogações:

Sororidade: apesar de ser usado há mais de 40 anos, se você procurar esse termo em um dicionário, ela o remeterá para “sonoridade”, depois de afirmar que aquela palavra não está cadastrada. O que para alguns continua a ser uma espécie de erro é, na verdade, um conceito que acaba com todos os preconceitos segundo os quais as mulheres não conseguem ser amigas, que são rivais entre si por natureza ou que são mais cruéis entre elas. Nos anos 70, a escritora norte-americana Kate Millett cunhou o termo sisterhood e depois disso as feministas francesas começaram a usar sororité. Atualmente, a antropóloga e política mexicana Marcela Lagarde, uma das maiores divulgadoras do conceito em língua espanhola, o define como “o apoio recíproco entre as mulheres para se conseguir o poder para todas”. É uma aliança entre as mulheres, que proporciona a confiança, o reconhecimento mútuo da autoridade e o apoio. “Trata-se de pactuar de maneira limitada e pontual algumas coisas com cada vez mais mulheres. Somar e criar vínculos. Assumir que cada uma é um elo no encontro com muitas outras”, escreve Lagarde.

Cultura do estupro: Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, uma mulher é estuprada a cada 11 minutos. E esse dado se repete no mundo todo. Esse conceito se refere a uma sociedade que permite e tolera as agressões sexuais, se culpa a vítima, se banaliza o estupro ou se considera que não se trata de estupro quando o autor é o companheiro da vítima. Uma sociedade na qual o desejo masculino parece estar a cima de todos os demais e na qual, internacionalmente, apenas 5% dos julgamentos por estupro acabam em condenação, segundo o Alto Comissariado para os Direitos Humanos (ACDH) das Nações Unidas, dirigido por Louise Arbour. Coisas do tipo “é isso que acontece quando você fica bêbada ou por se mostrar demais”, os juízes que perguntam se você “fechou bem as pernas” ou os policiais que questionam as mulheres que ousam fazer uma denúncia, todos esses são exemplos de como a cultura do estupro se perpetua.

Objetificação: Reduzir uma pessoa à condição de coisa. Costuma ser utilizado em referência à objetificação sexual feminina, que não é outra coisa do que tratar as mulheres como objetos, limitando-as a seus atributos sexuais e à sua beleza física, sem levar em conta sua personalidade e sua existência como pessoa. Quando a publicidade exibe as mulheres como objetos de desfrute e de prazer para os homens, ela as objetifica. Quando os programas de televisão contratam moças deslumbrantes que apenas posam ao lado de um apresentador sem dizer nada, as estão objetificando. Quando as mulheres aparecem reduzidas a seus seios e seus traseiros, sem importar aquilo que pensam, estão sendo objetificadas. 

Pussy Hat: O famoso gorro rosa com orelhinhas se popularizou durante as marchas pelos direitos das mulheres realizadas no mundo inteiro no começo deste ano. A ideia partiu de Krista Suh e Jayna Zweiman, uma roteirista de comédia e uma arquiteta fãs de tricô que decidiram transformar a marcha das mulheres em Washington em um rio de gorros de lã cor de rosa. Seu projeto, chamado de Pussyhat Project, em resposta ao grab them from the pussy (pegá-las pela buceta) dito por Trump em uma polêmica gravação, acabou se espalhando em nível global, e até mesmo marcas como Missoni o levaram às passarelas.

Micromachismo: Se um homem diz que não cumpre as tarefas do lar porque “não sabe” ou porque “as mulheres o fazem melhor”, podemos falar em micromachismo. O mesmo ocorre quando o garçom serve a cerveja direto para o homem da mesa sem perguntar quem a pediu, ou quando entrega a conta para ele. O mansplaning (que explicamos mais adiante) também costuma ser incluído nessa categoria. O termo foi cunhado pelo psicólogo argentino Luis Bonino em 1990 para descrever um machismo de “baixa intensidade, suave e cotidiano”. No entanto, vários estudiosos, ativistas e feministas consideram que o termo não é totalmente adequado, pois “micro” minimiza o problema. Diana López Valera, autora de No és país para coños [Este não é um país para xoxotas], explicou a questão para o ELPAÍS da seguinte maneira: “O prefixo ‘micro’ para tornar a coisa mais frágil, menor. Mas, no fim das contas, tudo é machismo puro e simples. O assédio de rua é machismo; no trabalho, também. Falamos em ‘micromachismo’ para nos referir a coisas que não são tão graves como um estupro, por exemplo, mas nós, mulheres, estamos cheias desses ‘micromachismos’”.

Empoderamento: além de ter sido uma das palavras mais procuradas em 2016, o verbo empoderar se tornou uma palavra-chave para contribuir para o avanço social em busca da igualdade entre homens e mulheres. Costuma ser usado em referência à tomada de consciência do poder que as mulheres ostentam individual e coletivamente e que tem a ver com o resgate de sua própria dignidade como pessoa. Na Conferência Mundial das Mulheres, realizada em Pequim em 1995, criou-se um programa em prol do empoderamento da mulher para reforçar o aumento da participação feminina nos processos de tomada de decisões e no acesso ao poder.

Feminicídio: Assassinato de uma mulher em função de seu sexo. Trata-se de um crime de ódio contra mulheres e meninas pelo simples fato de elas serem mulheres ou meninas. Diana Russel foi pioneira no seu uso (‘femicide’, em inglês) e se costuma distinguir entre feminicídio íntimo (cometido por uma pessoa com quem a vítima tinha ou havia tido uma relação sentimental) e não íntimo (perpetrado por uma pessoa ou grupo de pessoas com quem a vítima não tinha ou não havia tido nenhuma relação sentimental ou parentesco). A campanha #NiUnaMenos, que se tornou viral em poucos meses, denuncia os crimes cometidos contra mulheres em países como Argentina ou México depois dos assassinatos, especialmente dramáticos, de Daiana garcía e Yésica Muñoz.

Masculinismo: Movimento que procura a igualdade entre o homem e a mulher da perspectiva masculina. Os masculinistas se queixam de que o feminismo busca a igualdade do ponto de vista da mulher e pretendem obtê-la defendendo os direitos e necessidades dos homens, assim como os valores e atitudes consideradas como tipicamente masculinas. Miguel Lorente, em artigo publicado no Huffpost, faz esta interessante reflexão: “A estratégia atual do machismo é o post-machismo, essa tentativa de revestir de neutralidade as suas exigências e reivindicações a fim de criar a confusão necessária que gere dúvida, passividade e faça com que tudo continue igual. E o post-machismo sabe que a batalha da linguagem é essencial para defender posições e definir realidades, daí o seu interesse, desde o começo, de se contrapor ao feminismo dizendo que este era o mesmo que o machismo. Depois de fracassar com essa comparação grosseira, inventaram a palavra hembrismo [algo como femeanismo] e ao mesmo tempo a usaram acompanhada de palavras como feminazi e mangina, para que a crítica não se limitasse às ideias e chegasse às pessoas que as propunham [...] Agora, falam em masculinismo, que aparece neutro e comparável, no seu sentido, ao conceito de feminismo. Dessa maneira, embora suas palavras cheias de ataques contra a igualdade sejam as mesmas, sua imagem é diferente, e elas se apresentam como mais proativas na busca por essa ‘igualdade real’ que se supõe dirigir as mesmas ações para homens e mulheres e, desse modo, manter a desigualdade atual, sem falar no significado histórico que deu origem à mesma”.

Violência doméstica versus violência machista: É comum encontrar nos meios de comunicação expressões como “violência machista” e “violência doméstica” sendo usadas quase como sinônimos. O Livro de Estilo do EL PAÍS especifica que “não se deve escrever violência de doméstica, e sim violência machista, violência sexista ou violência dos homens. A “violência doméstica” engloba também a praticada contra crianças.

Mansplaining: Quando um homem explica algo a uma mulher, e o faz de maneira condescendente porque dá como certo que sabe mais do que ela, podemos falar de mansplaining. Rebecca Solnit cunhou esse termo em 2008 no seu ensaio Os Homens Explicam Tudo para Mim (Cultrix) para dar nome a uma situação que ela havia vivido numa festa: um homem tentando lhe esclarecer do que se tratava um livro que ela mesma tinha escrito. Como relatava Noelia Ramírez neste artigo, “um exemplo clássico de mansplaining é o tuiteiro aleatório que explicou o que é ciência a uma astronauta da NASA. É só um, mas há muitíssimos outros. O mansplaining está tão enraizado socialmente que até a própria Solnit, uma reputada ensaísta e escritora com mais de duas dezenas de livros publicados, se flagrou duvidando do seu conhecimento e procurando na Internet dados sobre o movimento das mulheres pela paz (sobre o qual ela tinha pesquisado previamente) só porque algumas horas antes um homem a menosprezou, afirmando taxativamente que uma de suas teorias era mentira (não era)”.

Manspreading: Diz-se de quando um passageiro (homem) abre tanto as pernas ao estar sentado no transporte público que ocupa o espaço do passageiro sentado ao seu lado. Em castelhano, poderia ser traduzido como despatarre, e há alguns dias o termo ganhou destaque na imprensa porque a Empresa Municipal de Transportes de Madri anunciou a instalação de adesivos nos ônibus advertindo contra o “despatarre masculino”. Desde 2013, diversas contas do Tumblr reúnem imagens destes homens esparramados no transporte público, como forma de denunciar seu comportamento e a invasão do espaço pessoal. O imperdível Tumblr chamado One Bro,Two Seats vai um passo além, colocando, graças ao Photoshop, qualquer objeto imaginável entre as pernas dos folgados. O termo surgiu em 2014, quando um blog de notícias de Nova York decidiu batizar essa postura como Man Spread

Disparidade de gênero: O Instituto Andaluz da Mulher a define como a diferença entre as taxas masculina e feminina dentro de uma variável, e se calcula subtraindo taxa feminina da taxa masculina. Ou seja, quanto menor for o índice de disparidade entre homens e mulheres, mais perto estaremos da igualdade. Normalmente se fala em brecha salarial de gênero (refere-se às diferenças salariais entre mulheres e homens, tanto no desempenho de trabalhos iguais como a decorrente da menor remuneração paga a trabalhos tidos como femininos) e desigualdade tecnológica de gênero (designa as desigualdades entre mulheres e homens na formação e no uso das novas tecnologias). Em poucas palavras, é a razão pela qual uma mulher ganha 18,8% menos que seu colega de trabalho homem fazendo exatamente o mesmo.

Patriarcado: É o sistema sociopolítico em que o gênero masculino e a heterossexualidade têm supremacia sobre outros gêneros e sobre outras orientações sexuais. Começou a ser usado nos anos sessenta e setenta, para se referir a uma sociedade na qual, além de prevalecerem os critérios dos homens (patriarcado), as pautas são ditadas exclusivamente por aqueles que consideram apenas a heterossexualidade como algo “normal”. Podemos afirmar que, hoje, é a manifestação política e visível do machismo e da rejeição às diferentes identidades e orientações sexuais.

Androcentrismo: É a visão de mundo que situa o homem como centro de todas as coisas. O macho ocupa uma posição central na sociedade, na cultura e na história. O conceito está muito relacionado com o patriarcado, mas também com a discriminação contra a mulher. Por exemplo, quando em português utilizamos palavras no masculino para nos referirmos conjuntamente a homens e mulheres, estamos sujeitos a uma visão androcêntrica que nos faz interpretar o masculino como universal.

Teto de vidro: conforme a definição da argentina Mabel Burin no artigo Uma hipótese de gênero: o teto de vidro na carreira profissional, trata-se da limitação velada à ascensão profissional das mulheres no interior das organizações. É um obstáculo invisível na carreira das mulheres, difícil de superar, que as impede de chegar a cargos de maior responsabilidade e liderança. É invisível porque não existem leis ou dispositivos sociais estabelecidos e oficiais que imponham uma limitação explícita ao desenvolvimento profissional das mulheres. O termo surgiu nos Estados Unidos na década de 1980 (glass ceiling barriers) e é o motivo pelo qual na maioria das empresas os cargos de responsabilidade continuam sendo monopolizados por homens.

Teste de Bechdel: É um método para avaliar se um roteiro de filme, série, HQ ou outra representação artística cumpre os padrões mínimos contra a brecha de gênero. Foi cunhado quando da publicação do álbum em quadrinhos Dykes to Watch Out For (“Sapatas a observar”) e deve seu nome à sua autora, Alison Bechdel. A roteirista estabeleceu as bases para reconhecer o sexismo na cultura (atualmente, seu teste é muito usado no cinema) na tira The Rule (1985), em que uma mulher diz a outra que só vai ver filmes que cumpram três requisitos: precisam ter no mínimo duas mulheres, as duas personagens precisam conversar entre elas em algum momento do filme, e quando isso acontece elas não podem estar falando sobre um homem. Aplicar a regra a qualquer filme demonstra a proeminência do discurso masculino e revela que grande parte das personagens femininas só existe como escada do protagonista homem.

Feminazi: Popularizada pelo conservador Rush Limbaugh em 1992 para criticar o feminismo militante, essa palavra é usada em sentido pejorativo para se referir a feministas tachadas como radicais, sob o argumento de que o feminismo não procura a igualdade entre homens e mulheres. Em seu livro The Way Things Ought to Be (“Como as coisas deveriam ser”), Limbaugh compara as feministas pró-aborto aos nazistas, referindo-se ao movimento como um “holocausto moderno”. Atualmente, é um insulto frequente na boca de quem pretende desprestigiar o feminismo, e muitas mulheres que lutam pelos direitos femininos são chamadas de feminazis.

Femismo: Esse neologismo é usado em português para definir o “machismo ao contrário”, ou seja, a noção de que as mulheres são superiores aos homens. Costuma ser equiparado à misandria (ódio aos homens). Mas a verdade é que não existem organizações femistas, nem um movimento femista. Portanto, é uma palavra usada pejorativamente por quem se incomoda com o feminismo.

Sexismo: Discriminação das pessoas em razão do sexo. Embora o termo seja utilizado para se referir à discriminação contra ambos os sexos, o fato é que as práticas sexistas afetam principalmente as mulheres, dada a vigência de crenças culturais que as consideram naturalmente inferiores ou desiguais aos homens. Por exemplo, quem acha que as mulheres têm menos capacidade de tomar decisões ou de ocupar postos de liderança está sendo sexista. Também é sexista a atitude de impor uma noção de masculinidade (gênero) aos homens (sexo) e uma noção de feminilidade (gênero) às mulheres (sexo).

Machismo: O machismo pressupõe que as mulheres são por natureza seres inferiores aos homens. Também poderíamos dizer que é um conjunto de crenças, práticas sociais, condutas e atitudes que promovem a negação da mulher como sujeito em diversos âmbitos. Os âmbitos nos quais o gênero feminino é marginalizado podem variar (econômico, familiar, sexual, legislativo…), e, em algumas culturas, dão-se todas as formas de marginalização ao mesmo tempo. Certas vozes apontam que o feminismo não é necessário porque já não vivemos numa sociedade machista. Embora tenham ocorrido grandes avanços em termos de igualdade, vivemos uma miragem. O machismo é a razão pela qual as mulheres não chegam aos cargos de responsabilidade ou pela qual não ganham o mesmo que seus colegas. Também é o motivo que leva as mulheres a serem maltratadas e assassinadas. Porque o machismo mata.

Misoginia: É o ódio ou aversão a mulheres e meninas. Embora sua manifestação mais evidente seja a violência machista (seja física, psicológica ou simbólica), também a humilhação, a discriminação, a marginalização e a objetificação sexual da mulher são formas de misoginia.

2 - Mansplaining, shippar, stealthing: entenda os novos termos comportamentais

Quando você pisca na internet, discussões se expandem, ganham força e, com elas, surgem novos termos. Falar de relacionamento em tempos de redes sociais não é a mesma coisa que conversar sobre "paquera" e "namoricos" há 20 anos. No entanto, até comportamentos que já estamos cansados de ver ganharam novos nomes.

A discussão sobre feminismo caracterizou uma série de atitudes machistas — como interromper uma mulher enquanto ela estiver falando ou se pronunciando sobre um assunto específico. Muitas dessas atitudes são, direta ou indiretamente, associadas ao posicionamento das pessoas por trás da tela de um celular ou de um computador.

Universa te ajuda a entender o significado desses termos que não saem da sua linha do tempo. 

Mansplaining

Mansplaining é quando um homem insiste em explicar algo óbvio a uma mulher, normalmente de forma didática, como se ela não fosse capaz de entender. Implicitamente, a intenção do mansplaining é desmerecer a inteligência e subestimar a capacidade das minas.

Manterrupting

Muitas vezes associado ao mansplaining, o manterrupting é uma expressão utilizada quando um homem interrompe uma mulher tentando mostrar que seu raciocínio é equivocado. O comportamento é muito comum em momentos de debate que envolvem homens e mulheres, como em debates eleitorais, reuniões de trabalho e até mesmo em conversas com amigos.

Manspreading

Termo que descreve homens que se espalham transporte público, deixando as pernas abertas no assento, fazendo com que a pessoa ao lado fique desconfortável.

Bropriating

O termo vem da junção das palavras brother (irmão em inglês) e appropriating (apropriação). Ele é usado quando um homem se apropria da ideia de uma mulher e é valorizado por isso. Em uma sociedade machista, muitas vezes, ideias são desconsideradas simplesmente por terem sido sugeridas por mulheres. É aí que entra o bropriating e a ideia, até então ruim, se torna um sucesso.

Sororidade

Sororidade é um termo utilizado para descrever a união das mulheres e o fim da rivalidade. O conceito de sororidade prevê a irmandade entre elas, o companheirismo e o apoio total.

Micromachismo

Esse termo caracteriza pequenas atitudes machistas que muitas pessoas têm no dia a dia e nem sequer percebem, principalmente quando se trata de comportamentos culturalmente enraizados. Um exemplo é quando o garçom entrega a cerveja ou o café diretamente para o homem em um restaurante, assim como a conta a ser paga. Perguntar a uma mulher se o marido “ajuda em casa” é outro exemplo.

Body-shaming

Body-shaming, em tradução livre, significa vergonha do corpo. A expressão é utilizada para descrever o ato de discriminar corpos de mulheres; criar um julgamento sobre a vida de uma mulher por ela ser gorda ou magra demais.

Gaslighting

O gaslighting é um tipo de abuso psicológico cujo intuito é manipular uma pessoa. O abusador distorce informações e cria situações, fazendo com que a vítima acredite que foi responsável pelos fatos e, muitas vezes, que duvide da própria memória.

Ghosting

O fenômeno ghosting se tornou mais frequente com as redes sociais. Ele acontece quando duas pessoas se relacionam e, sem mais nem menos, uma delas desaparece sem dar notícias. Como, hoje, a maior parte das conversas acontecem virtualmente, ficou mais fácil cair fora sem dar explicação.

Benching

Também conhecido como deixar em ‘stand by’ ou o famoso ‘cozinhar alguém’, o benching é o ato de não dispensar uma pessoa nem se envolver com ela, mas deixa-la ali, esperando, até que em algum momento ela pareça uma opção interessante.

Trumping

Sabe aquela pessoa que está apaixonada por você, mas você não consegue corresponder? Isso é o trumping. Você não sente o mesmo que a pessoa e não corresponde da forma como ela gostaria. A pessoa, frustrada, fica com raiva e acaba reagindo a isso agressivamente.

Slut-shaming

Slut-shaming significa julgar comportamentos de mulheres cujas atitudes fujam do padrão designado às “moças de família”. Xingar uma garota pelo número de homens com quem já transou, pela roupa que usa, por falar palavrão e por ser livre.

Misoginia

Termo que designa o ódio pelas mulheres.

Misandria

Termo que designa o ódio pelos homens.

Haunting

O termo é usado para identificar aquela pessoa que tinha desaparecido da sua vida e, sem mais nem menos, reaparece como se nada tivesse acontecido. Normalmente, no haunting, não há contato direto – a pessoa assombra curtindo fotos, acompanhando os stories do Instagram, os snaps do Snapchat, reagindo às publicações do Facebook... Comendo pelas beiradas.

Esquerdomacho

Todo mundo tem aquele amigo nas redes sociais que adora se envolver nas causas feministas. Julga atitudes machistas, valoriza que a mulher se ame apesar de padrões, tem um discurso lindo até descobrir o intuito por trás dele: conquistar mulheres. Esse cara, ao mesmo tempo, ri das piadas machistas dos amigos, tira barato do colega que fica com uma mulher fora do padrão – e, claro, não se envolve de jeito nenhum com alguma delas.

Empoderamento Feminino

A palavra empoderamento significa dar poder a alguém. No caso do feminino, às mulheres, que lutam pelo fim da dominação dos homens sobre elas. Uma mulher empoderada tem autonomia, assume o controle do próprio corpo, das suas escolhas e da sua liberdade.

Stealthing

O termo descreve o ato de um homem que tira a camisinha no meio do sexo sem o consentimento da parceira. Além de colocá-la em risco, a ação pode resultar em uma gravidez indesejada. Atualmente, o stealthing é considerado crime e pode resultar em pena de dois a seis anos de prisão.

Cuffing Season

Sabe quando o frio chega e dá aquela vontade de namorar? Pois é, tem gente que realmente espera o inverno chegar para oficializar o compromisso com aquele peguete. Afinal, ficar grudadinho dentro de casa é bem mais gostoso do que sair pra balada, né? Essa é a cuffing season.

The Lemming

Lemingue é um roedor conhecido pela sua solidão. Ele só se envolve com outros da espécie para se reproduzir, depois continua vivendo sozinho. O termo foi relacionado a alguém que está em um relacionamento, mas que está disposto a descartar o parceiro caso outra pessoa, em quem ela realmente está interessada, ficar solteira.

Crush

Com as redes sociais, o bofe passou a se chamar crush. Crush é o garoto ou a garota por quem você está apaixonado ou simplesmente está a fim; aquela paquera de anos ou até mesmo um famoso desconhecido por quem você se interessa. Todos são seus crushes.

Shippar

Shippar é um termo utilizado para dizer que você aprova a relação de um casal. Então, se seu melhor amigo e sua melhor amiga ficarem juntos – e você ficar feliz com isso – você pode dizer que shippa esse casal.

Gatilho

Termo usado para descrever uma situação que te remeta a um trauma.