Política da Hora Nº 7

Eliane Belfort, fundadora do movimento Mulheres Progressistas, inicia uma nova atividade :

Comentarista Política do programa Hora da Notícia de Carlos Avlys, na Rádio Cacique Santos - AM - 1500 kHz.

Serão comentários sobre o cenário político nacional, de aproximadamente 10 minutos, veiculados às segundas-feiras, a partir das 12 horas.

Política da Hora Nº 7
Programa transmitido dia 23/11/2015

Para ouvir o áudio, clique em http://www.mulheresprogressistas.org/hora/PoliticadaHora07.mp3

O tema do programa de hoje é : Consciência Negra

Boa tarde, Carlos

Boa tarde, ouvintes

Apesar de muitas pessoas questionarem a necessidade de um dia especial sobre a Consciência Negra, ele é necessário sim, exatamente por esta negação de que não existe racismo no Brasil.

Por anos e anos ouvimos uma mesma ladainha, de que não existe racismo no Brasil, que o Brasil é um país multirracial, que as oportunidades são iguais para todos, etc. etc.

Negar a existência do racismo é o primeiro passo para manter o preconceito, e evitar a criação de políticas públicas que levem à igualdade social.

Se quisermos acreditar que não existe racismo no Brasil, como explicar que os homens pretos e pardos ganhem 58 % MENOS que os trabalhadores brancos, e as mulheres negras e pardas recebem ainda menos ?

Como explicar a ausência de negros e negras em cargos executivos de grandes empresas, nos altos cargos públicos, nos clubes ditos chiques, nos Shopping Centers ?

Onde está a elite negra ? Sim, pois se há uma elite branca, e se não há racismo nem diferenças sociais, eu pergunto, onde está a elite negra ?

Eu mesma respondo: Está em formação ! Através das políticas afirmativas de igualdade social.

Esta semana tivemos a grata notícia de que o número de jovens negros no ensino superior cresceu três vezes nos governos Lula e Dilma.

A lei de cotas nos serviços públicos, que reserva 20% das vagas oferecidas nos concursos públicos federais em muito contribuirá para acelerar a mobilidade da população negra nos próximos 10 anos,

Mais que a mobilidade social e econômica, as políticas públicas dos governos federal e municipal, como as que temos em Guarujá e outros municípios da baixada santista, contribuem para o aumento da auto-estima dos negros, como pode ser constatado pelo último censo do IBGE. Muitos que se declaravam brancos agora se dizem pardos, e muitos dos que se declaravam pardos agora se classificam como negros.

Isto fez com que, pela primeira vez em nossa história, os pretos e pardos aparecessem como MAIORIA da população, 50,70 %.

Esta estima que o negro vai tendo de si mesmo, vai criando condições para a educação da próxima geração, sem o estigma do serviçal, do ser inferior.

Estes jovens negros sairão das universidades prontos para competir em igualdade com seus colegas brancos, e o mais importante, educarão seus filhos para viverem em igualdade, para serem a elite intelectual negra, que com certeza formarão um país multirracial sem preconceitos e exclusões, um Brasil de paz, fraternidade e de muita riqueza material e imaterial.

Por isso as cotas são justas, solidárias, honestas e necessárias.

O país está saldando sua dívida histórica de mais de 130 anos com os negros.

Eliane Belfort

 

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